A COP30, realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém, reforçou o Brasil como protagonista nas discussões climáticas internacionais, mas também evidenciou os desafios para avançar em compromissos mais ambiciosos, principalmente quando o assunto foi sobre desmatamento, que esteve entre as questões centrais do encontro. Este é um dos pontos mais sensíveis e determinantes para o sucesso (ou fracasso) das metas climáticas globais.
Embora a presidência brasileira da COP tenha apresentado inicialmente um roteiro para eliminar o desmatamento, a proposta perdeu força ao longo das negociações. No texto final, a eliminação explícita da prática ficou de fora. No entanto, o acordo menciona apenas a necessidade de “conservar, proteger e restaurar ecossistemas”, com esforços intensificados para deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030. Sendo assim, um compromisso mais genérico e distante da ambição inicial.
Ainda assim, o Brasil sinalizou que irá produzir de forma autônoma um “mapa do caminho” para eliminar o desmatamento, reforçando o papel estratégico do país na agenda climática e na proteção dos recursos naturais.
A importância da mata nativa no debate climático
Esse contexto torna ainda mais evidente o papel crucial da mata nativa na regulação do clima e da água. Biomas como a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica funcionam como verdadeiras infraestruturas naturais: capturam carbono, regulam chuvas, mantêm aquíferos e sustentam cadeias ecológicas essenciais para agricultura, energia e abastecimento urbano.
Dessa forma, a perda dessas áreas compromete diretamente a disponibilidade e a qualidade da água, afetando ecossistemas aquáticos e a resiliência hídrica do país. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que os impactos da degradação florestal não ficam restritos ao local de origem, eles se espalham por outras regiões, como Sudeste e Centro-Oeste, influenciando clima, produção agrícola e segurança hídrica.
Estratégias de Restauração Florestal
A restauração florestal busca, assim, recuperar áreas degradadas, promovendo a regeneração da vegetação nativa e a recuperação dos serviços ecossistêmicos. Existem duas abordagens principais:
Restauração Passiva ou Assistida: permite que a natureza se recupere com mínima intervenção humana, aproveitando a regeneração natural das espécies.
Restauração Ativa: envolve ações diretas, como o plantio de mudas nativas e a semeadura, acelerando o processo de recuperação.
Essas práticas aumentam a biodiversidade, melhoram a qualidade do solo e mitigam eventos climáticos extremos. Além disso, contribuem para a provisão e resiliência hídrica das regiões restauradas.
Em suma, é neste contexto que o Brasil apresenta seus compromissos e iniciativas com a COP30, demonstrando como a restauração florestal pode gerar benefícios concretos para a água, a biodiversidade e a sustentabilidade ambiental.
Compromissos e Iniciativas na COP30
O Brasil se posicionou como articulador central da agenda climática global, impulsionando acordos voltados à adaptação, transição energética e preservação de ecossistemas. O país integrou o Pacote de Belém, aprovado por 195 nações, que estabelece diretrizes para ampliar o financiamento climático, promover uma transição justa e fortalecer ações de conservação. Mesmo diante da dificuldade de avançar com um compromisso explícito de eliminar o desmatamento, o Brasil reforçou o papel dos biomas tropicais na mitigação climática e na segurança hídrica.
Entre as iniciativas anunciadas, destaca-se o lançamento do Tropical Forests Forever (TFFF), fundo internacional dedicado à proteção e restauração de florestas tropicais, um movimento que reconhece a floresta em pé como ativo ambiental e econômico. O Brasil também ampliou seus compromissos de adaptação, incentivando políticas para reduzir riscos climáticos, apoiar comunidades vulneráveis e impulsionar práticas produtivas sustentáveis. Conectando, assim, bioeconomia, energia limpa e desenvolvimento territorial.
Esses compromissos reafirmam que preservar e restaurar ecossistemas não é apenas uma pauta ambiental, mas estratégica para garantir resiliência climática. E quando falamos em florestas, falamos diretamente do Ciclo da Água. Isso porque a restauração de áreas florestais influencia diretamente o ciclo da água. Florestas saudáveis promovem a infiltração no solo, reduzem a erosão e melhoram a qualidade da água nos rios e lagos. Além disso, ajudam a regular o regime de chuvas, beneficiando a agricultura e o abastecimento urbano.
A COP30 e o Plantar Vida
Os compromissos assumidos na COP30 criam demanda real por restauração, pela recuperação de matas nativas, por restauração de nascentes e por práticas de produção sustentável. Pontos em que o H2A atua com expertise. Para empresas, investidores e proprietários rurais, esse é um momento de oportunidade: alinhar negócios, sustentabilidade e compromissos climáticos. É essencial que ações concretas sejam implementadas para garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das futuras gerações.
Nesse contexto, projetos locais como o Plantar Vida mostram como essas estratégias podem ser aplicadas de forma prática, apoiando proprietários rurais na recuperação de áreas degradadas, protegendo nascentes e rios, e oferecendo suporte técnico e financeiro para restaurar Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Além dos benefícios ambientais, o projeto fortalece a biodiversidade, melhora a qualidade da água e contribui para a resiliência hídrica da região. Para produtores e empresas, o Plantar Vida oferece acompanhamento técnico especializado, monitoramento contínuo e oportunidades de investimento em sustentabilidade com impacto real. O projeto mostra que a restauração florestal pode gerar resultados positivos simultâneos para o meio ambiente, a economia rural e a sociedade.






